sábado, 24 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO: como fazer para que os investimentos resultem em maior qualidade?

A necessidade de melhorias na qualidade da Educação é uma bandeira aparentemente defendida por todos. Entretanto, expressam-se diferentes opiniões quando se entra em um detalhamento sobre como alcançá-las. Nesse momento é possível vislumbrar que certas defesas não passam de fraseologias.


Há poucos dias o secretário de educação concedeu entrevista ao jornal Primeira Edição (22 a 28/08) dizendo que “a Educação estava falida”. Argumentava que, a partir do momento em que se tentou universalizar a educação e a saúde como direitos, a falta de recursos fez com que a qualidade caísse. Sendo, portanto, necessário que se cuide de “agora em diante da gestão”, pois “temos do ponto de vista pedagógico políticas definidas”. Desse modo, a solução alagoana para a Educação é a boa “gestão dos recursos”.

Os recursos para a Educação vêm aumentando, mas como fazer para que os investimentos resultem em maior qualidade? Primeiramente é bom deixar claro que estes acréscimos vêm do Governo Federal. Dele chegam verbas, via de regra, suficientes para alimentação dos estudantes e por meio de programas como Tempo Integral e Escola Aberta entre outros é possível incrementar o funcionamento das escolas. Entretanto, seria necessário ainda que os estados e municípios garantissem o bom funcionamento com número de servidores e professores adequado. Em Alagoas, segundo o mesmo secretário “já havia uma previsão de que nesta década íamos ter uma perda de pelo menos 30% da força de trabalho” e, assim, temos falta cerca de 6000 professores conforme o Sindicato. Aliado a esta carência de professores há a de funcionários. De pouco, quase nada, adianta reformar uma escola e não haver servidores que cuidem da manutenção do prédio! Dessa forma, logo se precisará de nova reforma.

Concomitante a estas óbvias soluções o planejamento e o controle sobre o uso das verbas é essencial. Esse talvez seja o mais difícil obstáculo, pois é preciso que haja participação popular. As comunidades devem fazer sua parte nos conselhos escolares e nos conselhos municipais. Aqui se encontram as maiores dificuldades, pois não há uma cultura nesse sentido. Muitas vezes acontecem dos diretores de escola escolher aleatória ou premeditadamente pessoas para a composição dos conselhos e estes se tornam meros tabeliães que apenas carimbam os documentos. A democracia nas escolas é algo que precisa ser urgentemente desenvolvida para que as comunidades planejem e fiscalizem adequadamente os recursos por meio dos conselhos.

As atribuições e definições legais para o funcionamento destes já existem. O que está faltando além da democracia interna nas escolas são as contrapartidas de estados e municípios, ou seja, profissionais e manutenção. Fora disso, é prosopopéia flácida para dormitar ruminantes, ou seja, “conversa mole pra boi dormir”!

2 comentários:

Paulo Petuba disse...

Grande, de verdade, camarada
Muller, você está completamente certo e digo mais, enquanto escola servir pra encher bolso de empreiteira não teremos educação que preste. É claro que as estruturas favorecem, acolhe, confortam, mas, Não EDUCAM. Gente, o mundo é movido pelas pessoas, sem elas, sem seu compromisso, sem sua dedicação e sem seu amor nada gira. Tudo está na valoração das pessoas, dos entes que fazer a roda girar. Falido estão os gestores, a educação está ótima, desde que haja gente. Enquanto existir dinheiro na escola e os cheques nos bolsos dos prefeitos as coisas não andam.

Caio Barbosa disse...

Concordo com o senhor acima. Além do comprometimento governamental no envio das verbas, existe uma obrigação da Direção das escolas em fazer um uso correto dessas. A falta de cultura mencionada, é o que a muito vem piorando a situação, e nada é feito em contrapartida ao caso.