Quando somos crianças e estamos descobrindo palavras novas, por vezes, usamo-las em momentos descabidos. Isso acontece principalmente se elas nos soam bem aos ouvidos. (O Luís Fernando Veríssimo gosta muito de “defenestrar”, porque além da sonoridade é um privilégio próprio da janela, somente na hora em que se põe algo para fora, pela janela, é que se pratica o ato de “defenestrar”.) Mas, os usos inoportunos também são realizados por adultos. Nas transmissões de futebol não só jogadores como também narradores e comentaristas incorrem em deslizes. A partida que estava 1x0 para o Internacional contra o Barcelona não poderia jamais ter seu placar “revertido”, visto que nunca depois disso seria 1x0 em favor do Barça (ainda bem! Viva o alagoano Adriano!)
Vira-e-mexe e surge um gaiato dizendo que sua vida deu “um giro de 360º e mudou completamente”. Se, rodou 360º, então o sujeito parou exatamente onde estava antes. Houve também um prefeito que em sua campanha de reeleição disse: “Quando assumimos o governo estávamos à beira do abismo. Hoje, passados quatro anos, podemos afirmar: - Demos um passo à frente!” Pobre cidade!
Não faz muito que cheguei a esta receptiva e bela Maceió, foi em 2002. Naquele ano houve eleição para governador. Já tendo mudado meu título eleitoral, ouvi diversas vezes, nos programas políticos que havia sido feita uma “revolução” no setor público do estado, a educação melhorava, as finanças estavam saneadas, o canal do sertão era uma realidade, um funcionário público jamais cometeria suicídio por estar com salários atrasados e aquela cantoria toda.
Muitos de nós, saíram por aí repetindo estas belas orações, elas embalavam nossos sonhos! Os três grandes tenores que puxavam o coro, hoje estão fora de sintonia. “Aquele que já foi” continua a bela cantilena, o “outro que agora está” canta ao contrário do que já disse antes, e “o maestro” está envolvido na eleição da presidência do senado e nem ouve os sapos de cá. Por que toda esta mudança? Por que não estamos mais com Alice no País das Maravilhas?
De qualquer forma, fomos enganados! Ou somos crianças e ainda não aprendemos bem o significado daqueles verbetes (contas em dia, educação maravilhosa, canal do sertão, soldos em dia,...) ou somos tão tolos quanto alguns comentaristas, narradores, jogadores de bola (menos o Adriano, este é um gênio!) e outros que falam sem saber o quê.Se a população daquela cidade tivesse defenestrado seu prefeito, talvez não tivesse caminhado para o abismo!
Vira-e-mexe e surge um gaiato dizendo que sua vida deu “um giro de 360º e mudou completamente”. Se, rodou 360º, então o sujeito parou exatamente onde estava antes. Houve também um prefeito que em sua campanha de reeleição disse: “Quando assumimos o governo estávamos à beira do abismo. Hoje, passados quatro anos, podemos afirmar: - Demos um passo à frente!” Pobre cidade!
Não faz muito que cheguei a esta receptiva e bela Maceió, foi em 2002. Naquele ano houve eleição para governador. Já tendo mudado meu título eleitoral, ouvi diversas vezes, nos programas políticos que havia sido feita uma “revolução” no setor público do estado, a educação melhorava, as finanças estavam saneadas, o canal do sertão era uma realidade, um funcionário público jamais cometeria suicídio por estar com salários atrasados e aquela cantoria toda.
Muitos de nós, saíram por aí repetindo estas belas orações, elas embalavam nossos sonhos! Os três grandes tenores que puxavam o coro, hoje estão fora de sintonia. “Aquele que já foi” continua a bela cantilena, o “outro que agora está” canta ao contrário do que já disse antes, e “o maestro” está envolvido na eleição da presidência do senado e nem ouve os sapos de cá. Por que toda esta mudança? Por que não estamos mais com Alice no País das Maravilhas?
De qualquer forma, fomos enganados! Ou somos crianças e ainda não aprendemos bem o significado daqueles verbetes (contas em dia, educação maravilhosa, canal do sertão, soldos em dia,...) ou somos tão tolos quanto alguns comentaristas, narradores, jogadores de bola (menos o Adriano, este é um gênio!) e outros que falam sem saber o quê.Se a população daquela cidade tivesse defenestrado seu prefeito, talvez não tivesse caminhado para o abismo!
(publicado na Gazeta de Alagoas em 15/02/07)